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quinta-feira, 13 de março de 2014

COM A ÁGUA ‘BATENDO NA PORTA’

Há pouco mais de um mês, as interdições de trechos das rodovias federais 364 e 425, em decorrência das cheias dos rios Madeira, Araras e Mamoré, deixando as populações de Guajará-Mirim e Nova Mamoré isoladas do restante do estado e do país, assim como, desabastecida de gêneros alimentícios, medicamentos e combustíveis, também impossibilitando o translado de passageiros e doentes por via terrestre, para qualquer região de Rondônia e do Brasil, já era motivo suficiente de insônia e preocupação para qualquer cidadão destas duas cidades. O que aparentemente não seria mais possível piorar - pasmem todos - terminou por se agravar mais ainda em Guajará-Mirim.


As fortes chuvas que caem nas regiões da Pérola do Mamoré e do Rio Beni (Bolívia), elevou o nível do Rio Mamoré em 10 centímetros nos últimos quatro dias, desalojando inúmeras famílias de suas residências, particularmente os moradores do bairro do Triângulo. Também o Rio Lage, que corta a BR-425, entre os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, subiu seu nível substancialmente, invadindo trechos do asfalto, dificultando o acesso dos moradores perolenses ao município de Nova Mamoré.
Parece mesmo os ‘sinais dos tempos’, ou ainda, para os mais incrédulos, “o fim da picada”. À população pacata de Guajará-Mirim resta, definitivamente, ocupar ruas, praças e instituições públicas, pacificamente, para reivindicar cidadania, em especial o que preconiza o inciso XV e caput do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988: o direito de ir e vir e o direito à vida. Só assim, protestando, talvez autoridades de Porto Velho e de Brasília ouçam o brado desesperado da população destas paragens do poente, abandonadas à própria sorte e aos desígnios da natureza.
  
Abnegadas pessoas, verdadeiramente preocupadas com a gravidade do problema (a Professora Fátima, do Maylla Park Hotel; o ‘Argentino’, da Pousada Las Gardenias; e o Jorge, do Restaurante Panela de Barro), estão articulando a sociedade para protestarem. É o movimento S.O.S Guajará.
Literalmente, como afirma o velho adágio popular, ‘a água está batendo na bunda’ – e não é mais só figura de linguagem. A hora é agora, o momento é este e a causa, periclitante, nos empurra para ocuparmos ruas e praças, exigindo de nossas autoridades (algumas delas patéticas e tontas), soluções urgentes para o bem-estar e sobrevivência de nossa população. 


Fonte: Ariel Argobe