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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

GUAJARÁ – CHEIA DO RIO PREJUDICA COMÉRCIO, DIZ ASSOCIAÇÃO

Há dez dias a região de Guajará-Mirim (RO), sofre com a cheia do rio Madeira. Com as chuvas na região o rio ultrapassou o nível histórico, inundando pontes e estrada de acesso da rodovia 425. Nova Mamoré são 15 famílias desabrigadas e 41 desalojadas e Guajará tem áreas indígenas alagadas.


Alguns comerciantes de Guajará-Mirim estão alugando balsas bolivianas para levar os produtos pelos rios Mamoré e Guaporé, através de Costa Marques para manter o abastecimento das cidades isoladas. “Estamos estudando a possibilidade de vir pelo rio também gás e combustíveis, mas é necessário um cuidado maior com o transporte desses produtos. Serão feitas fiscalizações constantes dessas embarcações para maior segurança de todos”, informa o Comandante da Marinha em Guajará-Mirim, tenente capitão José Carlos Euzébio.

Com isso, a cidade vive racionamento de água, gás, combustível e mantimentos. A dificuldade de acesso dos caminhões é grande, pois foi criada uma rota alternativa, através da zona rural de Nova Mamoré, que aumenta o percurso de Porto Velho até Guajará-Mirim em 211 quilômetros. Carretas são proibidas de passar e os caminhões menores atolam pela estrada, tornando a viagem até o município mais demorada. Alguns motoristas passam seis dias na estrada com os veículos atolados.

De acordo com a Associação Comercial de Guajará-Mirim, cerca de 250 mil pessoas incluindo bolivianos, que vivem  na região de fronteira, dependem dessa rota para receber mantimentos e outros produtos. Essas novas rotas de transporte de mercadorias proporcionaram um aumento de 12 a 15% no custo dos produtos. “Está sendo feito um trabalho de conscientização da associação comercial com os empresários daqui, para que a alta dos preços seja somente a margem necessária”, afirma Cícero Noronha, vice-presidente da Associação Comercial de Guajará-Mirim.

A associação está calculando o número de estabelecimentos que estão fechando por falta de mercadoria e sem capital de giro. “Estamos encaminhando pedidos para os órgãos competentes. Precisamos de um acordo com o governo e entidades financeiras para viabilizar linhas de crédito simplificadas e essenciais, com juros 0%, para alavancar o comércio nesse período e também na pós-cheia para não haver mais demissões e férias coletivas, prejudicando mais ainda a cidade”, finaliza.

Proprietário de dois estabelecimentos comerciais, Marcelo Zaranella conta que teve que fechar um deles até a situação se normalizar: “O hotel eu tive que fechar. Não tive condições de manter nesse período, sem hóspedes. O restaurante eu fechei uns dias, mas eu não tenho capital de giro para  dar férias coletivas, então, aberto, eu tenho menos chance de quebrar e retomar as atividades quando as águas baixarem”, lamenta.

Rio Mamoré
O rio Mamoré, em Guajará-Mirim, subiu  12 centímetros no fim de semana, alcançando a marca de 10,82 de elevação de nível. O Comandante da Marinha na cidade, Euzébio explica que as fortes chuvas do fim de semana causaram a elevação do nível do rio: “No sábado, o rio marcava 10.70, domingo, 10.78, e hoje (24), subiu mais 4 centímetros”.

Com esse número Euzébio acredita em pontos alagados no mês de abril no Bairro Triângulo e na Praça dos Pioneiros, no centro da cidade. Já na rodovia 425, entre Guajará-Mirim e Nova Mamoré, o rio Lage está muito perto de atingir o asfalto. Quando chove, o rio cobre a estrada.

G1/RO