Há dez dias a região de Guajará-Mirim (RO),
sofre com a cheia do rio Madeira. Com as chuvas na região o rio
ultrapassou o nível histórico, inundando pontes e estrada de acesso da
rodovia 425. Nova Mamoré são 15 famílias desabrigadas e 41 desalojadas e
Guajará tem áreas indígenas alagadas.
Alguns comerciantes de Guajará-Mirim
estão alugando balsas bolivianas para levar os produtos pelos rios
Mamoré e Guaporé, através de Costa Marques para manter o abastecimento
das cidades isoladas. “Estamos estudando a possibilidade de vir pelo rio
também gás e combustíveis, mas é necessário um cuidado maior com o
transporte desses produtos. Serão feitas fiscalizações constantes dessas
embarcações para maior segurança de todos”, informa o Comandante da
Marinha em Guajará-Mirim, tenente capitão José Carlos Euzébio.
Com isso, a cidade vive racionamento de
água, gás, combustível e mantimentos. A dificuldade de acesso dos
caminhões é grande, pois foi criada uma rota alternativa, através da
zona rural de Nova Mamoré, que aumenta o percurso de Porto Velho até
Guajará-Mirim em 211 quilômetros. Carretas são proibidas de passar e os
caminhões menores atolam pela estrada, tornando a viagem até o município
mais demorada. Alguns motoristas passam seis dias na estrada com os
veículos atolados.
De acordo com a Associação Comercial de
Guajará-Mirim, cerca de 250 mil pessoas incluindo bolivianos, que vivem
na região de fronteira, dependem dessa rota para receber mantimentos e
outros produtos. Essas novas rotas de transporte de mercadorias
proporcionaram um aumento de 12 a 15% no custo dos produtos. “Está sendo
feito um trabalho de conscientização da associação comercial com os
empresários daqui, para que a alta dos preços seja somente a margem
necessária”, afirma Cícero Noronha, vice-presidente da Associação
Comercial de Guajará-Mirim.
A associação está calculando o número de
estabelecimentos que estão fechando por falta de mercadoria e sem
capital de giro. “Estamos encaminhando pedidos para os órgãos
competentes. Precisamos de um acordo com o governo e entidades
financeiras para viabilizar linhas de crédito simplificadas e
essenciais, com juros 0%, para alavancar o comércio nesse período e
também na pós-cheia para não haver mais demissões e férias coletivas,
prejudicando mais ainda a cidade”, finaliza.
Proprietário de dois estabelecimentos
comerciais, Marcelo Zaranella conta que teve que fechar um deles até a
situação se normalizar: “O hotel eu tive que fechar. Não tive condições
de manter nesse período, sem hóspedes. O restaurante eu fechei uns dias,
mas eu não tenho capital de giro para dar férias coletivas, então,
aberto, eu tenho menos chance de quebrar e retomar as atividades quando
as águas baixarem”, lamenta.
Rio Mamoré
O rio Mamoré, em Guajará-Mirim, subiu 12 centímetros no fim de semana, alcançando a marca de 10,82 de elevação de nível. O Comandante da Marinha na cidade, Euzébio explica que as fortes chuvas do fim de semana causaram a elevação do nível do rio: “No sábado, o rio marcava 10.70, domingo, 10.78, e hoje (24), subiu mais 4 centímetros”.
O rio Mamoré, em Guajará-Mirim, subiu 12 centímetros no fim de semana, alcançando a marca de 10,82 de elevação de nível. O Comandante da Marinha na cidade, Euzébio explica que as fortes chuvas do fim de semana causaram a elevação do nível do rio: “No sábado, o rio marcava 10.70, domingo, 10.78, e hoje (24), subiu mais 4 centímetros”.
Com esse número Euzébio acredita em
pontos alagados no mês de abril no Bairro Triângulo e na Praça dos
Pioneiros, no centro da cidade. Já na rodovia 425, entre Guajará-Mirim e
Nova Mamoré, o rio Lage está muito perto de atingir o asfalto. Quando
chove, o rio cobre a estrada.
G1/RO