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sábado, 10 de maio de 2014

LAERTE QUEIROZ PEDE CRÉDITO ESPECIAL PARA ENFRENTAR PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS CHEIAS

O prefeito de Nova Mamoré, Laerte Queiroz (PSDB), defendeu nesta sexta-feira (9) a oferta, pelo governo federal, de linhas de crédito especial para reconstrução de municípios de Rondônia, em razão da enchente do Rio Madeira, que afetou 42% da população do estado. O rio, que atingiu o nível histórico de 19,74 metros em 31 de março, encontra-se em estado de vazante, apesar de repique havido nesta semana, o que voltou a deixar apreensiva as autoridades locais.


- Não temos a menor condição de fazer [a reconstrução]. No município, em situação normal, já e difícil manter o básico, imagina em uma situação como essa, de calamidade publica. Toda a estrutura do município está danificada. Não temos equipamentos nem máquinas e técnicos na área de saúde. Precisamos de ajuda do governo federal e da união dos governos federal e estadual – afirmou.

A defesa civil do estado já elabora um plano integrado para reconstrução de alguns distritos e a prevenção de desastres. O documento será submetido à avaliação do governo federal. O prefeito de Nova Mamoré disse que a enchente não causou vítimas fatais devido à atuação do sistema de defesa civil, que atuou no resgate de ribeirinhos e na transferência a outros municípios – em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Federal (PF) –  de pacientes hospitalizados.

Em Rondônia, mais de 31 mil pessoas ficaram desabrigadas. Nove bairros e distritos de Porto Velho, localizada à beira do Rio Madeira, ficaram alagados, assim como trechos das BRs 364 e 425, entre outras rodovias que cortam o estado. Os prejuízos ainda não foram calculados, mas podem chegar a R$ 5 bilhões, estima o governo local.

- Ainda estamos parcialmente isolados, com dificuldade de acesso a estradas vicinais, e dificuldade de abastecimento, pela falta de acesso. Nunca tínhamos vivido uma situação como essa. Nova Mamoré nem tinha conselho municipal de defesa civil, nunca tinha acontecido calamidade. Fomos pegos de surpresa – afirmou.

Em Nova Mamoré, contou Queiroz, 6 mil alunos ainda estão fora da escola e um abrigo único reúne 200 famílias, o que não deixa de trazer transtornos para autoridades locais, sobretudo pelo clima quente da região. Nos 80 dias em que ficou isolado, o município, que tem sua base econômica na agropecuária, deixou de abater 300 cabeças de gado e escoar 112 mil litros de leite por dia. A enchente também provocou perdas na indústria madeireira e no comércio local.

Laerte Queiroz participou de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) destinada a debater a situação dos municípios atingidos pela enchente. Do debate também participaram representantes de ministérios e do governo de Rondônia.

Reconstrução
Na avaliação do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), a reconstrução de estradas vicinais é um dos grandes desafios dos municípios de Rondônia. A limpeza das cidades e a e os riscos de epidemia também foram citados pelo senador, que preferiu não associar a enchente à construção de empreendimentos no Rio Madeira.
- [As usinas] não têm ligação com as chuvas na região, que provocaram as enchentes. Mas, sem as chuvas, as águas voltaram a subir essa semana. As águas não subiram entre Jirau e Santo Antônio. Permaneceram no mesmo nível. Isso pode nos dizer alguma coisa. O repique do rio assusta, mesmo sem a ocorrência de chuvas – afirmou.
Em sua exposição, o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Caetano, disse que em três meses foram gastos todo o orçamento de 2014 do órgão para todo o estado. Ele sugeriu o pagamento de bolsa-aluguel, adotado pelo governo em casos similares, a moradores de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim sem condições de voltar para casa.

O representante do Ministério da Integração, Paulo Falcão, disse que R$ 8 milhões já foram repassados em ajuda humanitária à Rondônia. Ele observou que aguarda a apresentação de um plano de trabalho, a ser encaminhado à Defesa Civil nacional, com as principais ações a serem adotadas.

O representante do Ministério da Pesca, Henrique Almeida, informou que será prorrogado por mais dois meses o pagamento do seguro defeso a pescadores de alguns municípios. Ele também informou que haverá um reforço na distribuição de cestas básicas, e disse que espera as águas baixarem para avaliar o deslocamento de antigos núcleos populacionais.

O representante do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Roberto Silva, disse que algumas rodovias ainda têm 22 centímetros de lâmina d’água. Ele acrescentou que é preciso esperar que as águas baixem para definir os trechos que serão restaurados ou reconstruídos na BR-364 e outras rodovias.

Para o representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Luiz Guadagnin, o acesso a políticas públicas e a novos créditos bancários passa pela regularização fundiária dos agricultores de Rondônia. Já o representante do Ministério da Agricultura, Marcelo Guimarães, lembrou que a enchente do Rio Madeira ocorreu no momento da vacinação contra aftosa em Rondônia, que teve que ser suspensa. Ele explicou que aguarda um novo levantamento para definir a atuação dos técnicos no rebanho disponível.

Fonte: Agência Senado