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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Colaboração intermunicipal simplifica projetos cidades digitais


Vale do Paraíso, a 360 quilômetros da capital Porto Velho, foi a primeira cidade a instalar uma estrutura de acesso em banda larga no modelo desenvolvido na Arom (Associação Rondoniense de Municípios). Na área urbana, um ponto de acesso, em uma torre de 60 m, oferece Internet a 1 Mbps em um raio de 6 km. O projeto também inclui atendimento a duas linhas rurais, a 25 km da base. Além dos serviços de dados, a estrutura de banda larga leva telefonia a órgãos públicos, por meio de servidores de VoIP que compõem o projeto de cidades digitais, assim como é uma alternativa de telefonia fixa aos cidadãos.

A Arom, que reúne os 52 municípios do Estado, presta serviços de projeto, instalação e suporte. Embora cada prefeitura arque com o investimento direto na aquisição dos equipamentos, o município não gasta com serviços técnicos e conta ainda com estudos mais precisos. “Já houve tentativas, em outras cidades, que não deram certo porque se dimensionaram errado os pontos de acesso a as antenas”, exemplifica Anderson Gualbano, gerente de TI da Arom. Ele estima que o custo atingido, de menos de R$ 30 mil por estação base, chega a representar 20% comparado a iniciativas isoladas. A associação é mantida com contribuições proporcionais ao Fundo de Participação dos Municípios.
O gerente reconhece que a topologia em Vale do Paraíso facilitou a distribuição urbana do sinal. Contudo, para atender às estações nas linhas rurais foi necessário um estudo de relevo, com GPS, para os canais de enlace. “O sinal para os usuários é distribuído em 2,4 GHz. Para conectar as estações, usamos canais em 5,8 GHz”, descreve. “Nosso projeto de rede não inclui amplificação de sinal”, enfatiza.
Em Rondônia, um estado com mais de 2,3 mil km2, a maioria dos 1,5 milhão de habitantes vive nos municípios de médio e pequeno portes. O projeto de cidades digitais da Arom prevê o acesso sem fio pelas unidades públicas e usuários em geral. A grande dificuldade, segundo Gualbano, é a dificuldade de obter os links para conectar os municípios à Internet. “A fibra da Oi passa pela BR-364 e chega às cidades maiores. O problema é que não conseguem fazer chegar 10 Mbps aos municípios fora desse eixo. Em Vale do Paraíso, temos uma capacidade 8 Mbps, que, não me perguntem por quê, chega em 4 linhas de 2 Mbps. Uma alternativa que estudamos é instalar pontos de presença nas cidades polo e instalar enlaces (canais que ligam o ponto de acesso à Internet) por rádio”, informa.
A infraestrutura de comunicação de Vale do Paraíso, conforme o modelo da Arom, segrega a rede de acesso público à Internet, na qual é oferecida velocidade de 1 Mbps, e a rede disponível às atividades da prefeitura, a 5,8 Mbps. “Os municípios terão seus servidores de VoIP, para instalar telefones em postos de saúde e outros pontos de serviços. Com o acesso em banda larga, de qualidade, os cidadãos podem procurar autorizadas de telefonia fixa e ter o seu número de telefone”, diz Gualbano. Ele menciona que em algumas cidades os munícipes chegam a pagar R$ 50 mensais por 500 Kbps, em serviços de operadoras privadas.
A medida que as cidades contem com infraestrutura para serviços digitais, se viabilizam facilidades aos cidadãos, como o uso do Cartão SUS. “São serviços que o Governo Federal já oferece e que esbarram na falta de conectividade”, constata Gualbano. Contudo, além da interconexão física, o técnico argumenta que é interessante aumentar a colaboração em padrões tecnológicos que permitam o compartilhamento das informações. “Não nos cabe impor nada, mas podemos desenvolver recomendações que facilitem a integração no Estado, até para a troca de informações sobre arrecadação municipal. Hoje, as substituições tributárias (a conciliação de ISS em operações entre fornecedor e tomador de municípios diferentes) são feitas manualmente ou simplesmente não são feitas, o que resulta em evasão para os municípios menores”, exemplifica.

Fonte: guiadascidadesdigitais