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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Atoleiros na Estrada Parque em Guajará-Mirim, RO, dificultam tráfego

Mesmo com a abertura da Estrada Parque, em Guajará-Mirim (RO) como rota alternativa para eixo da BR-364, as condições da estrada são precárias e as pessoas têm medo de se arriscarem. A cheia histórica do Rio Madeira influenciou outros rios da região e inundou a rodovia 425. Pela estrada parque, o trajeto de carro de Guajará-Mirim até Porto Velho demora 12 horas, pois há muitos trechos com atoleiros.


Nesta quarta-feira (16), uma empresa de ônibus começou a operar no trecho ainda em período de experiência, as passagens custam R$ 87. Os taxistas estão cobrando R$ 200 por pessoa para levar passageiros pelo desvio de União Bandeirantes. Via aérea as duas empresas que se revezam em dois horários por dia, cobram R$ 350. Antes da cheia, a passagem de ônibus custava R$ 55 e o táxi R$ 80. Não havia voos antes da situação de isolamento parcial.

“A estrada parque não tem ainda condições de tráfego. Sempre tem passageiro que precisa ir pra Porto Velho e estamos fazendo a rota por União Bandeirantes, que fica ruim quando chove”, diz o taxista Raimundo Mazarope, que faz o trajeto em 10 horas quando a estrada está seca.

Os taxistas ainda falam que depois que a balsa saiu de Jaci-Paraná, ficou melhor, pois não há fila para atravessar.  “Já ficamos 12 horas na fila, esperando para atravessar na balsa e já tive que passar a noite na estrada de União Bandeirantes por causa de atoleiro depois de uma chuva”, conta Marcos Nogueira.

Com os altos preços das passagens e da dificuldade de sair da cidade por conta das condições da estrada, muitas pessoas estão optando por passar o feriado em casa. “O ônibus não está definido ainda. O preço do táxi está alto, mas é a alternativa que a gente tem. Moro em Jaru e preciso chegar na minha cidade até segunda (21)”, conta Délio da Silva, bombeiro. “Antigamente com R$ 300 eu ia e voltava pra Porto Velho com a minha família. Hoje gasto muito mais indo sozinha” diz Janaina Candéa.

Os hotéis, fechados ou funcionando apenas para a manutenção desde a interdição da rodovia 425 em fevereiro, não esperam hóspedes para esse período. “Ano passado, como todos os outros, ficávamos cheios na Semana Santa. Hoje, estamos vazios, esperando que recuperem a cidade e a estrada o quanto antes”, afirma Maria de Fátima Almeida, hoteleira.

A cheia do Rio Madeira, que atingiu a marca histórica de 19,74 metros, isolou os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, quando os afluentes Ribeirão e Araras invadiram a pista de acesso as cidades. Uma rota de emergência foi criada por União Bandeirantes e Jacy-Paraná.

Após impasse judicial, a Estrada Parque foi aberta, interligando os municípios isolados à Buritis. Nesta terça-feira (15), houve nova votação a respeito da conclusão da estrada, que foi vencida por unanimidade pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal em Brasília. O trecho de 12 quilômetros dentro do parque estadual Guajará-Mirim segue em obras, tendo 6 quilômetros de estrada encascalhada.

Segundo o DER, após a chuva ter levado uma das pontes de madeira, outra já está sendo providenciada. O término das obras não pode ser previsto, pois o trabalho com o cascalho na pista só pode ser feito com tempo ensolarado.

Fonte: G1.