Cota histórica registrada nesta segunda-feira é 43 cm maior do que em
2008. Enchente atinge bairros e alagou parte do porto na fronteira com a
Bolívia.
O Rio Mamoré, em Guajará-Mirim (RO), já enfrenta a maior cheia
registrada. Após ficar 20 centímetros abaixo da cota histórica, no
sábado (15), o rio subiu 63 centímetros, em dois dias, e chegou a marca
de 13,21 metros nesta segunda-feira (17), de acordo com a Defesa Civil. O
número representa 43 centímetros a mais do que a última cheia de
grandes proporções, ocorrida em 2008. A enchente já atingiu cerca de 200
famílias nos bairros Triângulo e Cristo Rei, e alagou parte do porto da
cidade.
Para que a travessia para a Bolívia pelo rio não seja suspensa, o
Sindicato de Navegação de Guajará-Mirim (Sindnav) improvisou uma rampa
na área de embarque e desembarque, que foi tomada pela água. Agora, os
passageiros aguardam as embarcações na Praça Pioneiros, ao lado da
bilheteria do porto. A Receita Federal também instalou um estande para
fiscalizar as mercadorias que saem e entram na cidade.
Segundo a Marinha em Guajará, as fiscalizações serão intensas neste
período, para garantir a segurança da população que usa as embarcações.
"Como o rio está muito cheio, vamos encaminhar documentos para as
empresas de navegação para terem maior cuidado com a velocidade dos
barcos, pois a correnteza está forte, o que dificulta a navegação.
Também estaremos pelos bairros atingidos, de barco, orientando a
população que esteja usando embarcações”, informa o capitão José Carlos
Euzébio.
Cheia histórica
A enchente em Rondônia causou o isolamento de moradores de Guajará e
Nova Mamoré antes mesmo do Rio Mamoré chegar às ruas da cidade. No dia
12 de fevereiro, a água do Rio Araras, afluente do Rio Madeira, atingiu a
BR-425 e deixou pista e pontes submersas. Desde então nenhum veículo
passa pela rodovia, que foi fechada por medida de segurança.
Com isso, combustíveis, alimentos e água não conseguiam chegar aos
municípios, causando o desabastecimento da região. Moradores próximos a
uma rota alternativa, usada para garantir o fornecimento básico a
Guajará, interditaram o local algumas vezes e isso contribuiu para
aumentar os problemas causados pela cheia.
As águas do Mamoré começaram a atingir moradores de Guajará-Mirim no fim
de fevereiro, quando um igarapé no Bairro Triângulo transbordou por
conta do volume de água do rio. Com poucos funcionários para atender aos
atingidos, a Defesa Civil pede voluntários para atuarem na assistência
às famílias desabrigadas, que já chegam a 200.
Fonte:G1/Rondônia.