Guayaramerín, BENI, Bolívia – Uma segunda parte dos investigados na ‘Operação Eldorado’, da Polícia Federal, vinculados ao Sindicato dos Garimpeiros de Rondônia [SINGRO] – agora sob intervenção da Federação Nacional dos Garimpeiros [FENAG], pode ser alcançada ainda nesta semana dentro das ações de desmonte oriundas do estado de Mato Grosso.
De acordo com fontes da Junta
Governativa que audita as contas dos dirigentes do SINGRO afastados pela
Justiça Federal, na primeira fase da Eldorado, foram detidos e presos
32 envolvidos com extração e venda ilegal de ouro de reservas indígenas,
inclusive o dono da compra de ouro Parmethal, esta forte aliada da
COOGAM [Cooperativa de Garimpeiros da Amazônia].
O suposto taxista Jonas Nascimento,
através de corridas fretadas, há mais de cinco anos transportaria
garimpeiros do Belmond e Mutum-Paraná para Guajará-Mirim sob a alegação
de que, seus passageiros vão às compras de eletroeletrônicos,
vestuários, alimentos e bebidas para abastecer as cantinas dos garimpos
no lado rondoniense.
Integrando o modus operandi de
desvio de ouro dos garimpos locais, por não estarem habilitados, os
‘garimpeiros’ João Batista Rocha [este oriundo da cidade de Ourinhos,
São Paulo], Marcelo, Ceará Doido e o ex-Tesoureiro da MINACOOP
[Cooperativa de Garimpeiros, Mineração e Agroflorestal], Enerly Martini,
voltarão a ser denunciados, nesta sexta-feira [23], à Polícia Federal.
Do grupo que é visto constantemente à
frente das compras de ouro na Província de Guayaramerín [Bolívia], além
de Jonas, Marcelo, Ceará Doido e outros, apenas Enerly Martini ainda não
foi notado. Contudo, ele e o advogado Marcos Pereira estão sendo
processados pelo juiz Ilisir Bueno Rodrigues, titular da 9ª Vara Cível,
por calúnia, injúria e difamação.
Desde o dia 9 deste mês, a dupla está
obrigada a restituir todos os documentos e bens subtraídos da MINACOOP,
além diária de R$ 1.356,00 [Mil e Trezentos e Cinqüenta e Seis Reais].
Aliada à decisão tomada pelo magistrado, Sebastião Roberto Tavares –
outro membro do grupo liderado por Enerly e Marcos – foi considerado
depositário infiel e pode ser preso a qualquer momento.
CHUVA DE REAIS EM GUAYARAMERIN -
Conforme autoridades bolivianas, ‘as caras dos garimpeiros brasileiros
já fazem partes do cenário do comércio de ouro deste lado da fronteira’.
Segundo disseram, ‘as travessias são mais intensas e fáceis nos finais
de semana, domingos e feriados. Nessas datas, ‘a Aduana Brasileira
parece contribuir com o movimento de garimpeiros clandestinos, em nosso
lado’.
Afinal, sem fiscalização alguma, ‘até nosso país perde suas reservas minerais e petroleiras’, afirmam autoridades locais.
Essa grande quantidade de ouro,
disseram a este site de notícias, parte de cambistas e compradores de
pedras preciosas brasileiras no entorno da Aduana boliviana, ‘só são
compradas aqui, mas revendidas a judeus, árabes, chineses e teriam como
destino final, Holanda, Luxemburgo e Áustria’ – integrantes do eixo dos
Países Baixos.
Por outro lado, enquanto autoridades
locais ficam impedidas de deter turistas brasileiros, senão em flagrante
delito, só podem agir, senão por compra ilegal de drogas [maconha,
cocaína, axixe e crack]. Nesse caso, a Aduana de Guajará-Mirim ao
afrouxar a fiscalização sobre seus próprios nacionais, ‘o ouro, o
diamante, carros e motocicletas roubadas no Brasil, continuarão a entrar
na Bolívia’, acreditam os milicianos hermanos.
BORDEÍS LEMBRAM TREVO DO ROQUE -
As autoridades revelam, ainda, que, ‘garimpeiros rondonienses são
famosos por aqui, também, pelas farras que promovem nos bordéis da nossa
Província’. A maioria diz que, ‘enquanto roubam as riquezas do Brasil,
sem darem satisfação ao Fisco Federal, Estadual e Municipal do outro
lado da fronteira, fazem felizes as damas das noites das praças de la
banda e geram emprego em nosso País’.
LIVRES COMO PÁSSAROS –
Além do comércio formiguinha do ouro, do combustível, das drogas, de
armas poderosas, a província de Guayaramerín vive infestada de foragidos
caçados no Brasil. É comum esses ‘Escobares verdes e Amarelos’ gozarem
de regalias entre os narcotraficantes locais. Porém, sem extradição
pedida ao Governo boliviano, a Guarda Nacional nada pode fazer, admite
uma alta patente da Corporação que pediu anonimato.
Fonte: Portal Mamoré