“Quando ele era pequeno, eu ia assistir as lutas do Popó e ele ficava
vidrado na TV. Nessa época nem imaginávamos que ele seria um lutador de
boxe”. Estas são as palavras de Cristiano Martins, que mora em
Guajará-Mirim (RO), sobre o filho dele, Cristian Dantas, de 18 anos que
saiu do município aos 9, com a mãe e a irmã para morar em Salvador (BA).
Na Bahia, o garoto que é mais conhecido no mundo do boxe como “Bruxo”
conheceu o esporte, mas foi em 2011 que ele recebeu uma proposta
tentadora.
- Um tenente viu o desempenho dele no boxe e convidou o Cristian para
compor o grupo de atletas da Marinha do Brasil no Rio de Janeiro, eu e a
mãe dele autorizamos e ele está lá desde então - explica Martins.
O jovem pugilista da categoria peso-galo estuda de manhã e treina
durante a tarde, sem no Centro de Educação Física Almirante Adalberto
Nunes (Cefan). Ao GLOBOESPORTE.COM, Bruxo disse também que está se
preparando para ingressar na Marinha do Brasil como 3º sargento.
- Vou continuar com os treinos e vou representar a Marinha em
campeonatos militares e outras competições, mas estou focado também no
Campeonato Brasileiro de boxe de 2014. Após a lesão creio que tudo agora
dará certo - conta o pugilista que se recupera há um ano de uma
cirurgia no ombro direito, o que o impediu de competir até janeiro de
2014.
O atleta afirma que se inspira em boxeadores brasileiros conhecidos
mundialmente como Popó e Minotauro, principalmente no atual campeão
mundial de boxe Everton Lopes.
- Quando estava morando na Bahia, conheci alguns dos meus ídolos
pessoalmente e participei de competições nacionais e internacionais, a
principal delas foi a Copa Cinturão de Ouro em 2010 no equador, onde
fiquei em primeiro lugar na minha categoria - comenta.
O atleta diz que sente saudades tanto da família, que mora na Bahia,
como de Rondônia, mas que por enquanto não tem previsão para matar a
saudade, por conta dos treinos. Em Rondônia, o pai de Bruxo comemora o
desempenho do filho.
- Eu fico feliz por ele ter tido essa oportunidade, apesar da saudade
que a gente sente. Sei que lá está bem melhor do que se ele estivesse
aqui. Em Rondônia é difícil o reconhecimento e falta apoio. Com a
distância da família ele amadureceu muito, e as dificuldades ajudaram
ele a ter mais força de vontade pra lutar - finaliza o pai do pugilista.