A Polícia Militar do
Estado de São Paulo afirmou que a chacina que matou cinco pessoas da
mesma família — entre eles um casal de policiais — dentro de casa, na
zona norte de São Paulo, não foi um ataque de uma facção criminosa. A PM
investiga se filho de 12 anos do casal, que também foi encontrado
morto, teria participado do crime.
Ainda
não há nada de concreto sobre o caso, somente indícios. Os corpos foram
encontrados no fim da tarde desta segunda-feira (5) na Brasilândia, na
zona norte da capital paulista. Na casa, morava um casal de policiais
militares: o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini e a mulher, o cabo
Andreia Bovo Pesseghini. Eles tinham um filho, Marcelo Eduardo, de 12
anos.
Além
dos três, a avó da criança, de 65 anos, mãe de Andreia, que morava no
mesmo terreno, em um cômodo separado, e a tia de Andreia, de 55 anos,
também foram mortas. Os corpos foram encontrados depois que um parente
sentiu falta de uma das senhoras.
Ao
entrar na residência, a polícia encontrou o cabo Andreia ajoelhada, já
sem vida. O filho dela e o marido estavam deitados perto de um colchão.
No cômodo do lado de fora da casa, as duas senhoras permaneciam deitadas
na cama com um cobertor sobre os corpos.
Perto
da porta de entrada havia uma mochila. Dentro, a perícia encontrou
material escolar do garoto de 12 anos, dinheiro e uma arma calibre 32
que pertencia ao cabo Andreia. Cada um levou um tiro na cabeça e,
segundo Benedito Roberto Meira, comandante-geral da PM, não há marcas de
que houve troca de tiros ou luta corporal.
"O
que a gente descarta num primeiro momento é ataque, uma retaliação por
parte de qualquer facção. Por quê? Porque, pela característica do que
foi encontrado no local, você não tinha nenhum objeto revirado, não
tinha sinais de arrombamento no imóvel, a porta estava entreaberta."
No
começo da madrugada desta terça-feira (6), os investigadores recolheram
uma segunda arma, encontrada dentro da casa, diversos objetos e até
lixo. Na residência, os peritos da polícia científica encontraram um
bilhete que a escola teria mandado para os pais da criança nesta
segunda-feira. Isso, segundo a polícia, sugere que o menino veio da aula
depois que os pais já estavam mortos.
Além
disso, um dos carros do casal foi encontrado a cerca de sessenta metros
da escola. A polícia já sabe que o veículo foi deixado ali por volta da
1h30 da madrugada de segunda-feira. Mas ainda não sabe por quem. A
polícia investiga se a criança teria levado o carro até lá, pois o
bilhete encontrado dentro da casa indica que a criança pode ter ido à
escola.
O
deputado e major da PM Olímpio Gomes duvida que o garoto tenha atirado
na família e cometido suicídio depois de voltar das aulas.
"Nós
temos dois cenários e que dificilmente uma pessoa só conseguiria fazer
esse disparo sem provocar nenhuma movimentação ou instinto de defesa das
pessoas."
Já o comandante geral da PM não descarta essa possibilidade.
"O
menino, ele era canhoto. O disparo foi feito do lado esquerdo da cabeça
dele. Segundo os peritos que aqui estiveram, tem indicios de suicídio. A
arma estava debaixo do corpo dele, o que é característico de suicídio."
Parentes
ouvidos pela polícia disseram que o menino não apresentava problema de
comportamento, as não disseram se ele sabia dirigir. O sargento, que
tinha 16 anos de corporação, e a cabo, que trabalhava na PM havia 19
anos, não tinham histórico de problemas e foram descritos como
excelentes policiais, como conta o comandante da Tropa de Choque César
Morelli.
"Pra
gente é bastante triste porque são dois policiais e, principalmente,
uma família que sofreu uma coisa séria que é perder a família inteira."
Fonte: R7