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sábado, 15 de dezembro de 2012

DESCASO - Sem ambulância, idoso não recebe tratamento de saúde em Guajará, RO

Idoso precisa ser transportado até Porto Velho, mas não há ambulância. Ministério Público afirma que responsabilidade pelo idoso é da prefeitura.

(Foto: Rosiane Vargas/G1)
O idoso que precisava de transporte médico de Guajará-Mirim (RO) para Porto Velho na quinta-feira (13) perdeu a consulta agendada na Policlínica Oswaldo Cruz. O problema é a falta de ambulâncias para transportar pacientes que necessitam de atendimentos médicos em outros municípios. Raimundo Nascimento, de 73 anos, não tem família e depende de tratamento médico para ser aceito na Casa do Ancião São Vicente de Paulo, única instituição que abriga idosos, em Guajará. Desde outubro deste ano, o Ministério Público de Rondônia move uma ação que obriga o Município a fornecer quantidade necessária de ambulâncias.

Com o transporte precário, uma nova consulta foi agendada para esta sexta (14), mas Nascimento corre o risco de perder novamente, devido ao transporte. Desde o dia 19 de novembro, quando sofreu o derrame cerebral e fraturou o fêmur, após sofrer uma queda, Nascimento foi acolhido por Eliete da Silva Rodrigues. O idoso precisou ser encaminhado para cirurgia em Porto Velho, mas está com os pontos no local da cirurgia e precisa de cuidados especiais.

“Não tenho como cuidar deste senhor. Eu sou sozinha para tudo: dar banho, fazer curativos na cirurgia, trocar fraudas. Não dá mais. Tenho que me desdobrar para também cuidar do meu marido que possui deficiência visual”, explica Eliete

(Foto: Rosiane Vargas/G1)
Abrigo para idosos
Em Guajará apenas a instituição filantrópica Casa do Ancião São Vicente de Paulo acolhe idosos na situação de abandono. No entanto, segundo o presidente da instituição, Pedro Rocha, a casa não tem condições de prestar atendimentos médicos necessários e por isso, somente poderá acolher Nascimento após seu tratamento em Porto Velho. Atualmente a casa atende a 24 idosos e funciona por meio de doações de parceiros e um convênio com a prefeitura, que fornece funcionários, alimentos, remédios e a limpeza do local.

Caso está no Ministério Público
De acordo com o promotor de Justiça Eider José Mendonça das Neves, que acompanha o caso, uma ação civil pública movida pelo MP que obriga o município a fornecer quantidade necessárias de ambulância e a realizar manutenções periódicas nos veículos, aguarda apreciação na Justiça. A ação foi proposta em outubro deste ano. Nesta quinta (13), o G1 mostrou as condições da única ambulância do Hospital Regional. O veículo está quebrado e sem equipamentos. Os pacientes são transportados no assoalho do veículo e a porta é fechada com uma luva de látex.

O MP também irá propor uma medida protetiva ao Município para que providencie um abrigo e que custeie as despesas de Nascimento. “Não podemos obrigar a instituição e nem a família a abrigar o idoso. No caso de situação de risco, o Município é o responsável pela segurança dele”, enfatiza.

A direção do Hospital Regional de Guajará-Mirim afirma que a ambulância que faz o transporte de pacientes para Porto Velho está quebrada e não há previsão para o conserto.

(Foto: Rosiane Vargas/G1)
 Fonte: G1