Idoso precisa ser transportado até Porto Velho, mas não há ambulância. Ministério Público afirma que responsabilidade pelo idoso é da prefeitura.
(Foto: Rosiane Vargas/G1) |
O idoso que precisava de transporte médico de Guajará-Mirim (RO) para Porto Velho na quinta-feira (13)
perdeu a consulta agendada na Policlínica Oswaldo Cruz. O problema é a
falta de ambulâncias para transportar pacientes que necessitam de
atendimentos médicos em outros municípios. Raimundo Nascimento, de 73
anos, não tem família e depende de tratamento médico para ser aceito na
Casa do Ancião São Vicente de Paulo, única instituição que abriga
idosos, em Guajará. Desde outubro deste ano, o Ministério Público de
Rondônia move uma ação que obriga o Município a fornecer quantidade
necessária de ambulâncias.
Com o transporte precário, uma nova consulta foi agendada para esta
sexta (14), mas Nascimento corre o risco de perder novamente, devido ao
transporte. Desde o dia 19 de novembro, quando sofreu o derrame cerebral
e fraturou o fêmur, após sofrer uma queda, Nascimento foi acolhido por
Eliete da Silva Rodrigues. O idoso precisou ser encaminhado para
cirurgia em Porto Velho, mas está com os pontos no local da cirurgia e
precisa de cuidados especiais.
“Não tenho como cuidar deste senhor. Eu sou sozinha para tudo: dar
banho, fazer curativos na cirurgia, trocar fraudas. Não dá mais. Tenho
que me desdobrar para também cuidar do meu marido que possui deficiência
visual”, explica Eliete
(Foto: Rosiane Vargas/G1) |
Abrigo para idosos
Em Guajará apenas a instituição filantrópica Casa do Ancião São Vicente
de Paulo acolhe idosos na situação de abandono. No entanto, segundo o
presidente da instituição, Pedro Rocha, a casa não tem condições de
prestar atendimentos médicos necessários e por isso, somente poderá
acolher Nascimento após seu tratamento em Porto Velho. Atualmente a casa
atende a 24 idosos e funciona por meio de doações de parceiros e um
convênio com a prefeitura, que fornece funcionários, alimentos, remédios
e a limpeza do local.
Caso está no Ministério Público
De acordo com o promotor de Justiça Eider José Mendonça das Neves, que acompanha o caso, uma ação civil pública movida pelo MP que obriga o município a fornecer quantidade necessárias de ambulância e a realizar manutenções periódicas nos veículos, aguarda apreciação na Justiça. A ação foi proposta em outubro deste ano. Nesta quinta (13), o G1 mostrou as condições da única ambulância do Hospital Regional. O veículo está quebrado e sem equipamentos. Os pacientes são transportados no assoalho do veículo e a porta é fechada com uma luva de látex.
De acordo com o promotor de Justiça Eider José Mendonça das Neves, que acompanha o caso, uma ação civil pública movida pelo MP que obriga o município a fornecer quantidade necessárias de ambulância e a realizar manutenções periódicas nos veículos, aguarda apreciação na Justiça. A ação foi proposta em outubro deste ano. Nesta quinta (13), o G1 mostrou as condições da única ambulância do Hospital Regional. O veículo está quebrado e sem equipamentos. Os pacientes são transportados no assoalho do veículo e a porta é fechada com uma luva de látex.
O MP também irá propor uma medida protetiva ao Município para que
providencie um abrigo e que custeie as despesas de Nascimento. “Não
podemos obrigar a instituição e nem a família a abrigar o idoso. No caso
de situação de risco, o Município é o responsável pela segurança dele”,
enfatiza.
A direção do Hospital Regional de Guajará-Mirim afirma que a ambulância que faz o transporte de pacientes para Porto Velho está quebrada e não há previsão para o conserto.
(Foto: Rosiane Vargas/G1) |