NHAM-PÁ ORO WIN |
Arão |
Pela primeira vez na história, dois indígenas
conseguiram se eleger vereadores em Guajará-Mirim, Rondônia. São eles NHAM-PÁ
ORO WIN, da Aldeia de São Luiz, situada nas cabeceiras do Rio Pakáas
Novas (Terra Indígena Uru Eu Aw Aw). Foi eleito pelo PSB com 2,74% das
intenções de votos, ou seja, ele foi o mais votado do município
com 569 votos.
E o terceiro mais votado de Guajará-Mirim,
ARÃO do povo ORO WARI, da Área Indígena do Lages,–
apresentado pelo partido do PTB. Foi eleito obtendo 2,66% e vai para o
legislativo municipal com 552 votos.
Este fato inédito em Rondônia abre espaço para
novos desafios que possam fortalecer a união dos indígenas e obter maior
representatividade política na defesa dos seus direitos. Guajará-Mirim escolheu
por prefeito o Dr. Dúlcio, do PT. Saiba mais dos indígenas Oro Win e Wari (a
continuação).
De difícil acesso, com quatro dias de viagem de
barco desde Guajará-Mirim, a Aldeia de São Luiz era um antigo seringal, onde os
remanescentes Oro Win, após sofrer
uma massacre do seringalistas, foram forçados a trabalhar por quase vinte
anos, antes de ir morar com os Wari, no Rio Negro Ocaia. Foi somente em
1991, com a expulsão do proprietário do Seringal São Luís, que puderam retornar
a sua área tradicional. Atualmente esse antigo seringal abriga a maior
parte da população oro win que, em 2010, somava mais de setenta pessoas. Essa
tímida retomada demográfica foi acompanhada de outras iniciativas de
fortalecimento político e cultural, como a criação de uma associação própria e
a inclusão de aulas da língua Ora Win nas escolas.
Muito mais numerosos, os indígenas Oro Wari são muitas vezes designados como
Pakaas Nova, por terem sido avistados pela primeira vez no rio homônimo,
afluente da margem direita do Mamoré, no estado de Rondônia. Mas é como Wari,
palavra que em sua língua significa "gente", "nós", que
gostam de ser chamados, e é dessa forma que são conhecidos pelos não-indígenas
que mantêm com eles um convívio mais estreito. Vivem hoje aldeados em torno de
sete Postos da Funai administrados pela Ajudância de Guajará-Mirim, Rondônia, e
na Terra Indígena Sagarana, na confluência dos rios Mamoré e Guaporé,
administrada pela Diocese de Guajará-Mirim. De acordo com o censo
realizado pela Funai no ano de 1998, os Wari somavam cerca de 1.930 indivíduos.
Um censo anterior, do mesmo órgão, em 1996, indicava 2.050 pessoas.
Fonte:
comunicação kanindé