A diretoria do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou financiamento de R$ 1,8
bilhão para a construção de uma linha de transmissão e duas subestações
que irão conectar a energia gerada pelas hidrelétricas de Jirau e Santo
Antônio, no Rio Madeira, ao SIN (Sistema Interligado Nacional).
Os recursos destinam-se à SPE (sociedade
de propósito específico) Interligação Elétrica do Madeira, constituída
pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP),
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e Furnas.
Os investimentos totais na linha de
transmissão somam R$ 3,5 bilhões e a expectativa é que sejam gerados 4,4
mil empregos diretos, 7 mil no pico das obras, e 38 mil indiretos.
A linha de transmissão, com 2,3 mil
quilômetros, cruzará Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São
Paulo, além de 84 municípios entre Porto Velho (RO) e Araraquara (SP).
A linha do Madeira será a mais extensa
em corrente contínua do mundo e compõe uma das maiores obras do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento). A tecnologia de corrente
contínua, usada no Brasil apenas para escoar a energia de Itaipu,
dispensa a construção de subestações intermediárias.
O projeto poderá contar ainda com
recursos obtidos por meio de debêntures de infraestrutura a serem
emitidas pela SPE Interligação Elétrica do Madeira, no valor máximo de
captação de R$ 350 milhões. Nesse caso, as garantias do financiamento
aprovado pelo BNDES também serão compartilhadas com os debenturistas,
aumentando a segurança dos investidores no papel.
“Caso a empresa opte por não realizar a
emissão de debêntures, deverá aportar recursos próprios no valor
equivalente ao previsto pela captação”, diz a nota divulgada pelo BNDES.
Esse é o quinto financiamento do BNDES
que inclui a emissão de debêntures como instrumento de complementação
dos recursos necessários aos investimentos.
Autor: Folha